quinta-feira, 26 de julho de 2012

Panelas de luxo ganham espaço e chegam a custar quase R$ 2.000





Não basta fazer comida boa. Tem que ser bonita. Importada, colorida e com "design", a panela deixou de ser um simples artefato de cozinha para tornar-se objeto de desejo, exibido na mesa para as visitas e pelo qual se pagam quase R$ 2.000.
Na loja de artigos de cozinha Doural, as marcas mais vendidas são as francesas Mauviel e Staub, a alemã Silit, a espanhola Garcima, a inglesa Gordon Ramsay e a brasileira Tramontina, segundo o diretor Fernando Abdalla. A peça mais cara é uma panela em cobre da Mau
viel, que custa R$ 1.922,88á nas lojas do Grupo Santa Helena, a panela mais cara é uma francesa Le Creuset redonda, de 34 centímetros, que custa R$ 1.672,90.
E não é só a classe alta que se dá esse "luxo".
"Nosso público-alvo sempre foi o A e o AA. Agora, com o crescimento do mercado gastronômico no país, sentimos que as classes AB e B também têm se esforçado para comprar uma peça", conta Marcos Pinto, diretor da tradicional marca francesa Le Creuset no Brasil.
Presente no país desde 1997, a empresa registrou um crescimento de 51% nas vendas por aqui nos últimos três anos, e espera avançar mais 39% até 2014.
Fundada em 1925, a Le Creuset fabrica tradicionais panelas redondas de ferro fundido e esmaltado e, até hoje, praticamente toda a produção ainda é feita na França, em Fresnoy Le Grand. Após o fim da Segunda Guerra, a empresa começou a variar as cores no acabamento esmaltado e criou uma espécie de "marca registrada" --atualmente são 19 cores.

Loja-conceito, em endereço de boutique

Na hora da compra, o design do produto vale tanto quanto seu desempenho, afirma Iara Camargo, porta-voz da Zwilling J.A. Henckels, empresa dona da marca francesa Staub e da belga Demeyere.
Segundo Iara, os clientes são chefs de cozinha, chefs domésticos e "pessoas que acreditam que cozinhar pode ser um prazer".
O grupo Zwilling chegou ao Brasil em 2008 e estabeleceu em São Paulo a base de distribuição de seus produtos para toda a América Latina. No final daquele ano, abriu sua maior loja-conceito do mundo em um endereço nobre da capital paulista --a rua Oscar Freire, nos Jardins--, onde exibe todos os seus produtos e oferece cursos.

Marcas brasileiras 

Com menos tradição, mas uma facilidade maior de chegar ao público, as fabricantes brasileiras também começaram a se enveredar pelo mercado de panelas de luxo nos últimos anos. A Tramontina, por exemplo, criou uma linha de produtos "sofisticados" e com "design exclusivo" em 2006.
A Micaza aposta em produtos semelhantes, mas a preços mais acessíveis, de olho nas classes C e D. Com sua linha Colors, a empresa vende jogos de panelas nas cores verde, violeta, vermelho e laranja, com preço sugerido de R$ 199.

Panelas com assinatura

Celebridades de forno e fogão apostam em sua fama e em cores fortes também em busca de um espaço nesse mercado "gourmet". Um exemplo é a apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga, que lançou duas linhas de panelas com sua assinatura, nas cores vermelho, laranja, verde e azul. 
"De que adianta uma boa receita, se metade dela fica grudada no fundo da frigideira?", pergunta a apresentadora.
O jogo com cinco peças tem preço sugerido de R$ 299 (linha Premium) e R$ 399 (linha Gourmet). Os produtos são uma edição limitada e são vendidas apenas pela internet


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